quinta-feira, 5 de julho de 2007

CARMEM COSTA - cantora (*1920 †2007)


CARMELITA MADRIAGA (CARMEN COSTA), nasceu em 05 de julho de 1920, na Fazenda Agulha em Trajano de Moraes.
Filha de um casal de meeiros, aos nove anos começou a trabalhar na casa de uma família protestante onde aprendeu a cantar hinos religiosos. Por volta de 1935 transferiu-se para o Rio de Janeiro, empregada como doméstica na residência do cantor FRANCISCO ALVES começou a freqüentar programas de calouros.
Em 1937 conheceu o compositor “HENRICÃO” – HENRIQUE FELIPE DA COSTA, que a batizou com o nome artístico de CARMEM COSTA e com quem iniciou sua carreira profissional, em 1938, cantando em dupla numa feira de amostras, o “Arraial do Rancho Fundo”, em Juiz de Fora em Minas Gerais.
No ano seguinte, de volta ao Rio de Janeiro, apresentou-se numa feira de amostras da Praça XI de Novembro, no Rio de Janeiro, onde cantavam CARMEM e AURORA MIRANDA, a dupla Alvarenga e Ranchinho e as Irmãs Pagãs. Cantando em dupla com Henricão até 1942, obteve alguns êxitos gravados em 78 rpm (rotações por minuto) da Odeon: “Onde está o Dinheiro” de Henricão, “Dance Mais Um Bocado” de Henricão e Príncipe Pretinho e “Samba, Meu Nego” de Buci Moreira e Miguel Baúso.
Sua primeira gravação individual foi feita na Victor em 1942, como “Está Chegando a Hora”, versão de HENRICÃO e RUBENS CAMPOS, da Valsa Mexicana “Cielito Lindo”. Gravado um pouco antes do carnaval, apenas 35 cópias do disco foram distribuídas pelo autor e a intérprete por diversas emissoras de rádio, e a música tornou-se um dos grandes sucessos carnavalescos do ano. Seguiram-se outros êxitos entre os quais “Carmelito” versão de Henricão do tango “Carminito” e “Chamego” de LUIZ GONZAGA e MIGUEL LIMA, ambas lançadas em 1943.

Em novembro de 1945 a cantora de casou dom o norte americano HANS VAN KOEHLER, com quem viajou no ano seguinte para o exterior. Permaneceu durante dois anos em New Jersey, nos Estados Unidos, tendo se apresentado em 1947 no teatro Triboro em New York. Esteve ainda em Caracas, Venezuela, e Bobotá, Colômbia. De volta ao Brasil lançou pelo selo Star da gravadora Copacabana, o frevo “Sonhei Que Estava Em Pernambuco” de CLÓVIS MAMEDE. Pela mesma gravadora lançou em 1952 a marcha “Cachaça Não é Água” de MIRABEAU, HEBER LOBATO E LÚCIO DE CASTRO, um dos maiores êxitos carnavalescos de sua carreira.
Outros grandes sucessos dessa época, gravados na Copacabana, foram “Eu Sou a Outra” de RICARDO GALENO de 1953 “QUASE” de MIRABEAU e JORGE GONÇALVES de 1954; “Obsessão” de MIRABEAU E MILTON DE OLIVEIRA, de 1956 e “Jarro da Saudade” de MIRABEAU E GERALDO BLOTA E DANIEL BARBOSA, grande êxito carnavalesco de 1957 cantora de grande popularidade na década de 1950, atuou também no cinema, aparecendo nos filmes “Carnaval em Marte”, de WATSOR MACEDO, em 1955; “Depois eu Conto” de JOSÉ CARLOS BURLE, em 1956 e “Vou Te Contar” de ALFREDO PALÁCIOS em 1958.
Em 1959 a 1963 voltou a residir nos Estados Unidos da América e realizou excursões artísticas por diversos países. Em 1961 passou três meses no Brasil gravando na RCA, Victor “Se Eu Morrer Amanhã” de JOSÉ GARCÍLIA.
Em 1962 tomou parte no Festival de Bossa Nova realizado no Carnegiê Hall, de New York, tocando cabaça e em 1964 depois de alguns meses no Brasil, voltou a viajar nos Estados Unidos, desta vez levando o instrumentista SIVUCA, com quem realizou algumas apresentações. Retornando ao Brasil, exibiu-se em boates paulistas e cariocas. Em 1973 lançou pela RCA Victor o LP “Trinta Anos Depois”, reinterpretando antigos sucessos e gravando novas canções. No mesmo ano atuou no espetáculo realizado na Igreja do Outeiro da Glória, no Rio de Janeiro, onde, dirigida por ARTUR LARANJEIRA e ANTONIO CRISÓSTOMO, interpretou hinos sacros, benditos e rezas, com arranjos do saxofonista PAULO MOURA. Realizou recitais semelhantes em vários locais do Brasil, como na Igreja do Imbu em São Paulo, na Catedral de Brasília-DF e no Teatro Guaíra em Curitiba.
Ainda em 1973, ao lado do veterano sambista ISMAEL SILVA, apresentou-se no espetáculo “Se Você Jurar”, estreado em Curitiba.

Em 1974, juntamente com PAULO MARQUES, lançou pela etiqueta Marcus Pereira o LP a música de PAULO VANZOLINE, disco reeditado em CD na época de 1990. Em 1980 reencontrou HENRICÃO no programa “Tudo é Música”, da TV Educativa do Rio de Janeiro, quando relembraram sucessos da dupla, refeita em outubro desse ano para gravação especial em duas faixas do LP Henricão – “Recomeço”, do Estúdio Eldorado. Foi o último encontro da dupla: Carmem Costa prosseguiu a carreira solo e, para Henricão (apesar das músicas novas, de sua autoria, cantadas no disco) não houve recomeço – o LP não teve repecursão e o compositor morreu no esquecimento em 11 de junho de 1984. Também esquecida pela mídia e pela maioria da população brasileira, Carmem Costa faleceu em 25 de abril de 2007, dia em que sua Terra Natal Trajano de Moraes completou 116 anos.
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Foto fornecida por: www.webcantrajanodemoraes.com.br
Fonte de pesquisa: www.webcantrajanodemoraes.com.br
Pesquisa elaborada por: Ronaldo Montechiare
Data da biografia: segunda-feira, 05 de setembro de 2005
Projeto Pró-Memória Trajano de Moraes