terça-feira, 24 de janeiro de 2006

ZILDA BOTELHO DE OLIVEIRA - professora (*1929 †1998)

Nasceu em 24 de janeiro de 1929, na Fazenda da Alegria, 4º distrito do município de Santa Maria Madalena. Filha de RANULPHO MACHADO BOTELHO e MARIA LOPES MACHADO. Tinha 12 irmãos. A sua infância foi vivida entre a Fazenda e Manoel de Moraes. Aos sete anos iniciou seus estudos na Fazenda São Manoel. Aos 11 anos já órfã do pai, foi estudar no Rio de janeiro, interna em um Colégio de Freiras. Vinha em sua casa somente nas férias. Lá estudou até o terceiro ano ginásio, atual sétima série. Casou-se aos 19 anos com NEWTON DE OLIVEIRA e foi morar em Domingos Martins, no Espírito Santo, onde nasceram quatro filhos: RAMIRO, MARIA ANITA, ANA TEREZA e MARÍLIA. Durante este período era somente dona de casa. Mas, queria mais da vida. Resolveu voltar a estudar, lá no Espírito Santo, onde cursou o quarto ano ginásio, atual 8ª série, terminando seu curso ginasial, atual primeiro grau. Uma atitude inédita naquela época, de uma mulher que tinha quatro filhos. Voltou a Santa Maria Madalena, cursou a escola normal, no Ginásio de Santa Maria Madalena, formando-se professora aos 33 anos de idade, Já com 5 filhos, DENISE, a quinta filha, nasceu quando cursava o segundo anos normal. Uma vitória para toda a família. Vitória da garra e da persistência. Escolheu a Escola Estadual Alfredo Lopes Martins em Trajano de Moraes para começar sua vida profissional em 1964. Toda a família mudou para cá. Em Trajano de Moraes, nasceram mais duas filhas: MARIA DA GLÓRIA e DANIELA. Exerceu a profissão de professora da qual muito se orgulhava, por dezoito anos, trabalhando na Escola Estadual Alfredo Lopes Martins e no ginásio da CNEG – Campanha Nacional de Educandários Gratuitos. Em 1972, com 43 anos decidiu cursar a faculdade de filosofia, na Faculdade Santa Dorotéia em Nova Friburgo, especializando-se em supervisão escolar e administração escolar. Além de trabalhar como professora, ia todos os dias a Nova Friburgo cursar a Faculdade. Quando terminou a faculdade, fez concurso público para professora de biologia no Colégio Estadual Maria Marina Pinto Silva, acumulando esta função com outro cargo de supervisora educacional do Núcleo de Educação de Trajano de Moraes. Permaneceu nestas duas funções até se aposentar. Durante sua vida profissional foi diretora do NEC – Núcleo de Educação e Cultura – Santa Maria Madalena por 4 anos, onde criou o curso técnico no Instituto Pro Labor. Realizou também pesquisa sobre a história de Trajano de Moraes junto ao Museu Histórico Nacional, onde catalogou vários documentos, para que pudesse organizar a história da nossa terra. Pesquisou também a vinda de negros para o Brasil, onde resultou o livro “Tia Josefa”, uma escrava que viveu na fazenda de seus pais e duas peças de teatro: Conhecendo o Brasil e Benfeitores de Trajano. Não publicados. Gostava do mar, de festas como o carnaval e folclore, de pescar e de suas flores (as orquídeas eram as suas preferidas). Seu passatempo favorito era fazer poesias. Como poetisa escreveu 2 livros de poemas: “Sombras” e “Sombras 2” não publicado. Dos sete filhos, Ramiro é engenheiro agrônomo, Maria Anita bacharel e ciências sociais e professora de geografia, Ana Tereza professora de inglês e português; Marília e Denise são médicas veterinárias, Maria da Glória é professora; Daniela é artesã. Tem nove netos: Maíra, Natália, Daniel, Hugo, Fernanda, José Lucas, Marcos, Matheus e Emanuel e dois bisnetos: Rafael e Daniel. Sempre colocou o estudo como meta para realização maior de qualquer indivíduo.Foi uma mulher batalhadora, uma verdadeira guerreira muito à frente de seu tempo, sempre lutando pelos seus ideais. Faleceu em 08 de março de 1998. MINHAS SOMBRAS Zilda Botelho de Oliveira Quando abro os braços procuro o mundo e encontro o sol, a lua e as estrelas, a flor, a luz do arrebol, as águas dos rios e do mar, tudo com lindas centelhas: encontro o mundo para amar. Procuro minhas mãos e elas estão a esperar o comando para trabalhar. Meu lápis, o papel são fáceis de encontrar. Noto que todas as coisas têm centelhas. Ao meu lado minha sombra da qual não me posso separar desde que exista luz para iluminar.


MINHAS SOMBRAS
Zilda Botelho de Oliveira

Quando abro os braços
procuro o mundo
e encontro o sol,
a lua e as estrelas,
a flor, a luz do arrebol,
as águas dos rios e do mar,
tudo com lindas centelhas:
encontro o mundo para amar.
Procuro minhas mãos
e elas estão a esperar
o comando para trabalhar.
Meu lápis, o papel
são fáceis de encontrar.
Noto que todas as coisas têm centelhas.
Ao meu lado minha sombra
da qual não me posso separar
desde que exista luz para iluminar.
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Foto fornecida por: Acervo da Secretaria Municipal de Cultura - 2005
Fonte de pesquisa:
Mário Henrique Sá Barreto Guimarães
Livro "Sombras" de Zilda Botelho de Oliveira, cedido por Nestor Luiz Cardoso Lopes
Pesquisa elaborada por:
Mário Henrique Sá Barreto Guimarães
Data da biografia: Sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Projeto Pró-Memória Trajano de Moraes